Política e Cultura no Timor Leste
Vista Panorâmica do Auditório
Professor universitário brasileiro narra suas experiências no país asiático em palestra na UFABC
No último dia 30 de janeiro, o professor Dr. Daniel de Lucca, da Universidade Nacional do Timor Leste (UNTL), proferiu uma palestra sobre os antecedentes históricos e os dilemas da ex-colonia portuguesa. O evento aconteceu no auditório Beta, do campus de São Bernardo do Campo e contou com a presença de quase 80 pessoas. A iniciativa foi do curso de Relações Internacionais da UFABC.
O Timor Leste é um país insular do sudeste asiático e tem população estimada em um milhão de habitantes. Possui fronteira terrestre com uma das ilhas da Indonésia e situa-se próximo a Austrália.
Colônia portuguesa entre 1514 e 1975, o país foi importante entreposto do comércio metropolitano com as Índias. A partir de 1859, houve uma disputa territorial entre Portugal e Holanda pela posse da colônia, após a qual os enfrentamentos se deram entre a metrópole ibérica e os reinos locais. A partir da proclamação da república em Portugal, em 1910, surgem no país diversos movimentos nacionalistas. A partir da Revolução dos Cravos, em 1974, e da independência das colônias africanas, Angola e Moçambique, em 1975, o impulso pela independência ganha força. O rompimento dos laços coloniais com Portugal acontece em 28 de novembro de 1975.
Poucos dias depois, o país foi invadido pela Indonésia – que vivia a ditadura de Suharto (1967-98) - e passou a se chamar Timor Timur. Durante 24 anos, a população sofreu uma política fortemente repressiva, que resultou em milhares de mortes. O maior desgaste da ocupação indonésia se deu em 1992, quando o exército comete um massacre de 200 pessoas num cemitério de Díli, a capital. A repressão se deu durante o enterro de um estudante morto pelas forças ocupantes. Filmado secretamente, o chamado Massacre de Santa Cruz chocou o mundo. A partir daí, a ONU e várias organizações internacionais protestaram contra os excessos.
Em 1999 a ONU organizou um plebiscito no país, ocasião em que mais de 80% da população optou pela independência. Dois anos depois, aconteceram as primeiras eleições livres, que deram vitória ao ex-líder guerrilheiro Xanana Gusmão.
País pobre e sem indústrias, o Timor tem sua economia dolarizada e enfrenta sérios dilemas para encontrar uma rota de desenvolvimento. O país conta com 16 línguas, sendo que as oficiais são o Português e o Tétum.
Após a exposição, o professor Daniel de Lucca narrou sua experiência de professor na universidade local, citando as dificuldades do idioma, da infraestrutura e apresentando as curiosidades sobre hábitos e cultura do país.
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